Vipassana

  Uma experiência...


          Em 2009 fiz o primeiro curso de Meditação Vipassana depois de conhecer algumas pessoas que haviam feito. Estava cursando Naturologia e conhecendo diversas práticas terapêuticas nessa época. Com grande expectativa fui para o curso, na cidade de Miguel Pereira (RJ). No primeiro dia estava feliz com a prática e por conseguir manter o foco, observando sem identificar-me com os pensamentos. Na noite do segundo dia, entrei em contato com os sentimentos e emoções. Experimentei o total descontrole. Controlando-me tanto quanto possível para chorar baixo, passei a frente de outros alunos e, em desespero, pedi ajuda ao professor, pois não sabia o que fazer com aquilo. A orientação que recebi foi “volte para o seu lugar e chore em silêncio”. Ainda perguntei “só isso?” e recebi a confirmação que sim. Juntei toda a força que tinha naquele momento e voltei para o meu lugar, chorando em silêncio.

           Esse foi o segundo dia, ainda haviam oito. Essa experiência do segundo dia foi, gradativamente dando lugar a outras. Algumas maravilhosas, noutras entrava em contato com meus sofrimentos. Por mais gostosa ou dolorida que fosse a experiência, havia uma característica que era comum as duas: “anicca”, palavra em sânscrito que significa impermanência. Tanto as experiências boas, quanto as ruins passavam! Aos poucos entrei em contato uma firmeza e constância. Junto com elas a compreensão da idéia de “equanimidade”, palavra muito falada nas palestras ao final do dia, foi tomando espaço.

            Nessa época, eu ainda tomava remédios alopáticos por ter passado por quadros de depressão e ansiedade. Todos os trabalhos terapêuticos com os quais entrei em contato com certeza contribuíram para que eu recuperasse o equilíbrio de minha saúde. Porém, dentro de todas as formas terapêuticas, inclusive aquelas com as quais atuo, a meditação é a mais simples e poderosa delas.

            Tudo tem seu tempo. Tudo que se planta, se colhe. Assim como há 6 bilhões de pessoas no mundo, há 6 bilhões de maneiras diferentes de encontrar o que chamamos de felicidade plena, ou Deus, ou  iluminação. Pela minha experiência, afirmo apenas que para trilhar qualquer dessas trilhas lembre-se de colocar na bagagem: sinceridade, atenção, esforço, amor e serviço.


Para maiores informações sobre a técnica de Meditação Vipassana, acesse:  http://www.dhamma.org/pt/